Taxidermia da fauna silvestre de Carajás: uma ferramenta para educação ambiental

RESUMO – Taxidermia é a arte de montar animais para compor coleções com fins didáticos, científicos ou de exibição. As coleções zoológicas desempenham um papel fundamental na educação ambiental, contribuindo para divulgação científica, permitindo o contato/interação que na natureza seria difícil, trazendo realidade ao público, promovendo conscientização para questões ambientais e preservação da biodiversidade. Nesse contexto, objetivou-se confeccionar uma coleção zoológica de fauna silvestre da região de Carajás e utilizá-la em ações de educação ambiental. O Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Parauapebas, recebeu para aproveitamento científico (Sisbio/ICMBio/MMA nº 8.5639), entre 2019 e 2023, carcaças de animais silvestres que vieram a óbito em decorrência de atividades de supressão de fauna ou atropelamento. Os espécimes foram triados, e procedeu-se à taxidermização e confecção dos cenários. Foram taxidermizados 33 répteis, seis anfíbios, 13 aves e nove mamíferos. A coleção foi utilizada em seis ações, sendo uma no shopping do município e outra na Feira Agropecuária de Parauapebas, com expressivo número de circulação de pessoas. Nas escolas também foram apresentadas palestras sobre atropelamento, tráfico e extinção de animais silvestres. O retorno positivo, com ampla aceitação pelo público infanto-juvenil e adultos, foi observado, bem como sensibilização às questões inerentes à fauna. A taxidermia proporcionou contato inédito com esses animais, agregando conhecimento e valorização da biodiversidade considerada, portanto, uma ferramenta eficaz de educação ambiental. A coleção itinerante foi um grande passo para democratização ao acesso à informação e à biodiversidade de vertebrados de Carajás.

Palavras-chave: Amazônia; animais silvestres; coleções didáticas; conservação.

Taxidermy of wild animals from Carajás: a tool for environmental education

ABSTRACT – Taxidermy is the art of assembling animals to form collections for teaching, scientific or exhibition purposes. Zoology collections play a fundamental role in environmental education, contributing to scientific dissemination, allowing contact/interaction that would be difficult, bringing reality to the public, and promoting awareness of environmental issues and biodiversity preservation. In this context, the objective was to create a zoological collection of wild animals from the Carajás region and use it in environmental education actions. Between 2019 and 2023, the Laboratory of Anatomy and Animal Physiology of the Universidade Federal Rural da Amazônia Campus Parauapebas received carcasses of wild animals, which died as a result of fauna suppression activities or being run over, for scientific use (Sisbio/ICMBio /MMA n. 8.5639). The specimens were sorted, and taxidermy and scenery were created. Thirty-three reptiles, six amphibians, 13 birds, and nine mammals were taxidermied. The collection was used in six actions, one at the city’s mall and another at the “Feira Agropecuária de Parauapebas”, with many people circulating. Lectures were also given at schools on the runover, trafficking, and extinction of wild animals. Positive feedback, with broad acceptance by children and adults, was observed and awareness of issues inherent to fauna. Taxidermy provided unprecedented contact with these animals, adding knowledge and appreciation of biodiversity and, therefore, considered an effective tool for environmental education. The traveling collection was a big step towards democratizing access to information and vertebrate biodiversity in Carajás.

Keywords: Amazon; wild animals; didactic collections; conservation.

Taxidermia de la fauna silvestre de Carajás: una herramienta para la educación ambiental

RESUMEN – La taxidermia es el arte de conservar animales para formar colecciones con fines didácticos, científicos o de exhibición. Las colecciones zoológicas contribuyen a la divulgación científica, permitiendo contactos/interacciones que en la naturaleza serían difíciles, acercando la realidad al público, promoviendo la conciencia sobre las cuestiones ambientales y preservando la biodiversidad. En ese contexto, el objetivo fue crear una colección zoológica de fauna silvestre de la región de Carajás y utilizarla en acciones de educación ambiental. El Laboratorio de Anatomía y Fisiología Animal de la Universidad Federal Rural da Amazônia Campus Parauapebas, recibió para uso científico (Sisbio/ICMBio/MMA n. 8,5639) entre 2019 y 2023, cadáveres de animales silvestres procedentes de actividades de supresión de fauna o atropellos. Se clasificaron los ejemplares y se crearon taxidermias y escenografías, el total de 33 reptiles, seis anfibios, 13 aves y nueve mamíferos. La colección fue utilizada en seis acciones, una en el shopping de la ciudad y otra en la Feria Agropecuaria de Parauapebas, con importante circulación de personas. También se impartieron conferencias en las escuelas sobre el atropellamiento, el tráfico y la extinción de animales salvajes. Se observó retroalimentación positiva, con amplia aceptación por parte de niños y adultos, así como concienciación sobre cuestiones inherentes a la fauna. La taxidermia permitió un contacto con estos animales, sumando conocimientos y valoración de la biodiversidad, por lo que se considera una herramienta eficaz para la educación ambiental. La colección itinerante fue un gran paso para democratizar el acceso a la información y la biodiversidad de vertebrados en Carajás.

Palabras clave: Amazonia; animales salvajes; colecciones didácticas; conservación.

Introdução

O Brasil é mundialmente conhecido por sua biodiversidade, sendo a Amazônia, em especial, possivelmente o berço 40% de todas as espécies do planeta [1], e estima-se que, no mundo, para cada dez espécies conhecidas, uma vive nesse ecossistema. A riqueza desse bioma é inegável, abrigando várias espécies endêmicas, ameaçadas de extinção [2], além daquelas que sequer foram descobertas e/ou estudadas.

Ao longo de décadas, o projeto de modernização da Amazônia Brasileira, que visa à expansão da agropecuária, urbanização-industrialização e atividades extrativista [3], é marcado por conflitos que envolvem questões ecológicas e culturais [4] uma vez que é baseado na destruição da floresta [5].

Relatórios do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) (2023) mostram que o Pará detém 34,6% das taxas de desmatamento acumuladas, o colocando em primeiro lugar no ranking dos estados brasileiros que mais desmatam a Amazônia. A região de Carajás-Pará, localizada no arco de desmatamento da Amazônia, apresenta intensa diminuição da sua cobertura vegetal original, com 57% de sua área já desmatada, sendo a agropecuária extensiva a primeira causa do desmatamento seguida da mineração [6][7][8][9].

Dentre as várias consequências, o desmatamento contribui para o desaparecimento de espécies [10] e a perda de biodiversidade [11]. A mortalidade da fauna silvestre pode ter efeitos diversos em sua demografia, afetando a densidade populacional, a estrutura sexual, etária e a diversidade genética [12][13][14], e assim acelerando os processos de extinção [15][16][17][18].

Ao contrário do que se pensa, a crise da biodiversidade não se resume à floresta, pois provoca impactos sociais e econômicos relevantes que afetam todo o planeta [11]. Animais silvestres, por exemplo, prestam diversos serviços ambientais, tais como polinização, dispersão de sementes, controle de pragas, controle de ervas daninhas, ciclagem de nutrientes e regulação climática [19].
O desaparecimento deles coloca o futuro da produção dos alimentos, a saúde da população humana e o meio ambiente sob grave ameaça [11][20].

A perda acelerada de biodiversidade evidencia a necessidade de esforços para conservação e manutenção desse bioma, para garantir que gerações presentes e futuras façam o uso sustentável desses recursos [21].

“O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações” é um dos objetivos fundamentais da Política Nacional de Educação Ambiental [22]. No entanto, a falta de informações sobre as questões ambientais leva depredação dos ecossistemas, sem ter o conhecimento de sua ação nociva [23][24]. Para preservar, primeiro é preciso conhecer, sendo, portanto, necessário garantir a democratização das informações e oportunizar a participação de comunidades locais nos processos de transformação ambiental [25], para que haja uma real mudança de hábitos e desenvolvimento de uma visão crítica [26].

Embora medidas de conservação in situ sejam o pilar da conservação, medidas ex situ que envolvam educação ambiental resultam num maior interesse e afeição do público geral sobre a fauna silvestre [27]. As coleções zoológicas desempenham um papel fundamental na educação ambiental, pois, além de contribuírem para divulgação científica [28], permitem o contato e as interações que na natureza seriam difíceis, aproximando a realidade do público [29], promovendo então a almejada conscientização das questões ambientais e da preservação da biodiversidade [27]. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi confeccionar uma coleção Zoológica de Fauna Silvestre da região de Carajás-Pará taxidermizados e utilizá-los em ações de extensão universitária voltadas para educação ambiental e divulgação científica.

Material e Método

Local do experimento

O estudo foi conduzido no Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), localizado na cidade de Parauapebas, Pará, Brasil (1º 27’ 31” S, 48° 26’ 04.5” W).

Autorizações

Todos os procedimentos experimentais foram submetidos ao Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio/ICMBio/MMA nº 8.5639). Os espécimes utilizados para aproveitamento científico eram provenientes de atividades de supressão de fauna ou de atropelamento (Anexo 2), que foram recebidos, obrigatoriamente, mediante apresentação de Autorização de Manejo de Fauna Silvestre e Autorização de Supressão, por empresas que realizam essas atividades na região de Carajás-Pará, conforme descrito a seguir: SPTC Engenharia Autorização de Supressão Vegetal ASV nº:790/2013, ASV nº: 880/2014, ASV nº: 1272/2017, ASV nº: 1053.9.2021.34739/2021, AU nº: 4551/2020 SEMAS-PA, AU nº: 4898/2021 SEMAS/PA; TRATERRA Autorização de Manejo de Fauna Silvestre nº ١٠١٧/٢٠١٨ e ASV n°: ١٠٥٣٩٢٠١٩١٧٦٣٦.

Material biológico

Foram utilizadas carcaças de vertebrados silvestres, recebidos entre 2019 e 2023. Os espécimes foram armazenados sob congelamento, e posteriormente passaram por uma triagem em que as carcaças em estado avançado de decomposição foram descartadas para taxidermização.

Fixação por via seca (taxidermização) e úmida

Para fixação por via seca ou taxidermização, as carcaças foram descongeladas e submetidas aos protocolos segundo o grupo faunístico baseados nos métodos descritos por Auricchio e Salomão [30], Corrêa [31] e Auricchio et al. [32].

Os animais foram retirados do freezer e deixados em basquetas para o descongelamento total da carcaça por cerca de três horas. Em seguida, os espécimes foram identificados, e as medidas biométricas tomadas conforme o preconizado para o táxon. Foi realizada a necropsia e coleta de material biológico para outros estudos, avançando para o processo de taxidermia conforme as etapas descritas no Quadro 1.

Quadro 1 – Etapas do processo de taxidermia segundo Corrêa [31]

Escalpelamento;

Curtume da pele;

Confecção do croqui e estrutura de sustentação;

Posicionamento anatômico, respeitando as características biológicas da espécie;

Montagem;

Cenário;

Ficha de identificação.

Alguns espécimes foram fixados por via-úmida, que consistiu em injetar uma solução de formol a 10% nos tecidos internos dos animais, de modo a espalhar por todo o corpo. Após a fixação, os animais foram posicionados em uma basqueta plástica e cobertos com papel toalha umedecido com mais formol, permanecendo 48 horas em repouso. Após, os espécimes foram acondicionados em recipientes de vidro com tampa no cenário montado e por fim, submergidos em álcool etílico 70% [30][31][32]. As peças confeccionadas foram depositadas na coleção zoológica do Laboratório de Anatomia e Fisiologia Animal da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Parauapebas, devidamente estabelecida no município de Parauapebas, Pará.

Ações de educação ambiental

Ao longo do projeto foram realizadas exposições com os materiais produzidos. As exposições aconteceram dentro da própria instituição, em escolas do ensino básico e fundamental, em eventos no município de Parauapebas, Pará, e em outros espaços privados.

As exposições tiveram três momentos distintos; primeiro uma explicação geral sobre taxidermia e sobre a coleção, posteriormente a exposição do material da coleção didática em que foi explicado ao público as características dos vertebrados do acervo; e por fim, o público ficou livre para fazer perguntas. Nas escolas, em conjunto com as exposições, também foram realizadas palestras sobre os impactos de ações antrópicas na diminuição da biodiversidade, em especial da região de Carajás.

Resultados e Discussão

Como primeiro resultado, foi possível montar uma coleção didática de vertebrados silvestres da região de Carajás intitulada “Coleção Zoológica de Fauna Silvestre da Região de Carajás”, que subsidiou ações de educação ambiental e aulas práticas para o ensino superior. De 2019 a 2023, foram confeccionadas 61 peças, das quais 27 foram por via seca e 34 por via úmida. Ao todo foram 33 répteis, 13 aves, nove mamíferos e seis anfíbios, conforme apresentado nos Quadros 2, 3, 4 e 5.

Quadro 2 - Lista de espécies de vertebrados da classe reptilia do acervo da Coleção Zoológica de Fauna Silvestre da região de Carajás.

Quantidade

Nome comum

Gênero ou espécie

Tipo de fixação

1

Periquitamboia

Corallus caninus

Seca

2

Sucuri verde

Eunectes murinus

Seca/úmida

1

Jibóia

Boa constrictor

Seca

1

Caninana

Spilotes pullatus

Seca

2

Cobra cipó

Chironius carinatus

Úmida

1

Falsa coral

Apostolepis sp.

Úmida

2

Cobra-de-cabeça-preta

Tantilla melanocephala

Úmida

1

Cobra-da-terra

Atractus sp.

Úmida

1

Cobra-da-terra

Apostolepis nigrolineata

Úmida

1

Cobra-cega

Amerotypholops sp.

Úmida

1

Cobra de duas cabeças

Amphisbaenia sp.

Seca

3

Cobra-de-duas-cabeças

Leposterdum sp.

Úmida

2

Cobra-de-duas-cabeças

Amphisbaena sp.

Úmida

3

Lagartinho-do-chão

Colobosaura modesta

Úmida

1

Lagartixa-da-mata

Gonatodes sp.

Úmida

1

Lagarto-de-coleira

Tropidurus oreadicus

Úmida

1

Lagarto colorido

Cnemidophorus cryptus

Úmida

1

Calango verde

Ameiva ameiva

Úmida

1

Iguana

Iguana iguana

Seca

1

Teiú

Salvator merianae

Seca

1

Jacaré-coroa

Paleosuchus trigonatus

Seca

1

Jabuti-do-pé-amarelo

Chelonoidis denticulatuas

Seca

1

Cágado-de-cabeça-torta

Platemys platycephala

Úmida

1

Tartaruga-do-ouvido-vermelho

Trachemys scripta

Úmida

1

Muçuã

Kinosternon scorpioides

Úmida

Quadro 3 – Lista de espécies de vertebrados da classe aves do acervo da Coleção Zoológica de Fauna Silvestre da região de Carajás

Quantidade

Nome comum

Gênero ou espécie

Tipo de fixação

2

Frango-d’água-azul

Porphyrio martinicus

Seca/Úmida

1

Alma-de-gato

Piaya cayana

Seca

1

Periquito-de-encontro-amarelo

Brotogeris chiriri

Seca

1

Bacurau

Nyctidromus nigrescens

Seca

1

Anu-preto

Crotophaga ani

Seca

1

Japú

Psarocolius decumanus

Seca

1

Suiriri-tropical

Tyrannus melancholicus

Seca

1

Mãe-da-lua

Nyctibius sp.

Seca

1

Beija-flor

Amazilia sp.

Seca

1

Martim-pescador

Chloroceryle americana

Seca

1

Açor-preto

Accipiter melanoleucus

Seca

1

Coleiro-do-norte

Sporophila americana

Seca

Quadro 4 – Lista de espécies de vertebrados da classe mammalia do acervo da Coleção Zoológica de Fauna Silvestre da região de Carajás.

Quantidade

Nome comum

Gênero ou espécie

Tipo de fixação

1

Cuíca-cauda-de-rato

Metachirus nudicaudatus

Seca

1

Cutia

Dasyprocta sp.

Seca

1

Preguiça-de-três-dedos

Bradypus tridactylus

Úmida

1

Sagui-una

Saguinus niger

Seca

1

Tatu-galinha

Dasypus novemcinctus

Seca

2

Jaguatirica

Leopardus pardalis

Seca

2

Cachorro-do-mato

Cerdocyon thous

Seca

Quadro 5 – Lista de espécies de vertebrados da classe amphibia do acervo da Coleção Zoológica de Fauna Silvestre da região de Carajás.

Quantidade

Nome comum

Gênero ou espécie

Tipo de fixação

1

Sapo Cururú

Rhinella marina

Úmida

1

Rã-pimenta

Leptodactylus labyrinthicus

Úmida

2

Cecilia

Caecilia tentaculata

Úmida

2

Gymnophiona

Microcaecilia taylori

Úmida

A coleção didática foi exibida em espaços públicos e privados em seis ações de educação ambiental. Dentre as ações, houve uma exposição com dois dias de duração no shopping do município que foi realizada em parceria com o Centro de Educação Ambiental de Parauapebas (CEAP) com uma estimativa de 10 mil pessoas circulando (comunicação pessoal da Gerência Partage Shopping Parauapebas) e outra com duração de 11 dias na Feira Agropecuária de Parauapebas – FAP 2022, exemplificado na Figura 1, em que pode ser visualizado o registro da interação de crianças com algumas peças taxidermizas, evento este também com grande circulação de pessoas. Foram montadas exposições em escolas de ensino fundamental e médio e na própria instituição. Em conjunto com as exposições, nas escolas foram realizadas palestras sobre a extinção, tráfico e atropelamento de fauna silvestre, em que os discentes do projeto atuaram como protagonistas, sendo os responsáveis por articular conhecimento científico adquirido com a comunidade.

Figura 1 – Exposição de fauna silvestre taxidermizada na feira agropecuária de Parauapebas no ano de 2022.

Por se tratar de uma coleção didática, o público pode apreciar de perto as peças taxidermizadas. Dentre os questionamentos mais comuns, se destacaram: “Esses animais são de verdade, estão vivos?”; “Como são confeccionadas as peças?”; “Qual a procedência dos animais?”; “Os animais foram mortos com o propósito de taxidermizar?”; “As cobras são venenosas?”. Também foram observados com frequência comentários sobre aspectos da textura da pele e anexos tegumentares, dentição, forma do crânio e apêndices locomotores, tamanho e cores.

Segundo Marandino, Selles e Ferreira [34] e Marandino et al., [33] a percepção do público sobre animais vivos e preservados se distingue – sobre animais vivos são enfatizadas observações comportamentais ou ainda interpretações antropomórficas, e sobre animais preservados/taxidermizados, mais comumente as informações estão relacionadas à morfologia e confecção dos objetos, como também observado durante as ações.

A busca por informações técnicas sobre as peças taxidermizadas, conforme observado, desempenha um papel diferenciado. Além da educação ambiental, também é possível fazer divulgação científica [35], que vai desde o processo metodológico da montagem das peças a informações técnico-científicas relacionadas à fauna, aproximando a pesquisa e a ciência da sociedade e contribuindo para o enriquecimento intelectual e cultural dos atores envolvidos, sendo capaz de engajar o público nas atividades formais de pesquisa [36], no fazer científico, e no despertar de futuros cientistas.

Trabalhar aspectos problemáticos junto às coleções didáticas confere ao educando uma educação ambiental emancipatória [37].
Espécies estigmatizadas pela população frequentemente têm seu papel no ecossistema menosprezado, sendo, portanto, vítimas de ações antrópicas destrutivas. Nesse contexto, observamos que os ofídios (serpentes) e os anfíbios foram os espécimes que mais receberam comentários negativos. Inicialmente, sentimentos de repulsa foram associados aos anfíbios, enquanto medo foi associado aos ofídios. Em ambos os casos, os sentimentos vieram acompanhados de falas que referenciaram ou incentivaram a morte desses animais.

Religião, crendices, lendas e até mesmo filmes que disseminam informações incorretas são os grandes responsáveis pelo medo das pessoas em relação às serpentes, e a imprudência humana faz com que muitas sejam mortas na tentativa de “legítima defesa” [38] sem separar o que é mito da realidade [39]. Os anfíbios, em especial os anuros, são representados de forma negativa por serem considerados feios, perigosos, e associados a lendas como sendo animais nojentos e desprezíveis [40][41].

Silva, Barros e Forsberg [40] afirmam que conceitos perpetuados de geração em geração influenciam a motivação para aprendizado e valorização desses animais. Em todos os casos, foi notado o desconhecimento sobre os táxons.
Quando mencionadas funções ecológicas, como controle de roedores, de mosquitos vetores de patógenos, ou importância na indústria farmacêutica, as informações foram recebidas com espanto. Essa reação corrobora com os resultados de outros estudos que afirmam que mais de 70% dos estudantes de ensino fundamental desconhecem a importância desses animais [42][43].

Conforme foram trabalhados os pontos positivos associados a esses animais, principalmente o contato, pela possibilidade de tocar as peças, observou-se o surgimento do sentimento de admiração, o que sugere um impacto positivo da coleção didática no processo de aprendizagem, na formação de uma postura reflexiva e analítica voltada para a conservação.

O atropelamento de fauna também foi um tema bastante abordado durante as ações. O público questionou se os animais foram eutanasiados com a finalidade exclusiva de confecção das peças, sendo dito que a origem dessas peças foi o aproveitamento científico de carcaças de animais silvestres vítimas de atropelamentos ou de atividades de supressão.
Para tratar do assunto, foi criado um material gráfico (um banner) com informações educativas simples sobre como evitar o atropelamento de animais.
Nesse contexto, propor estratégias mitigadoras simples no combate aos atropelamentos traz ao educando soluções diante dessa problemática [44], pois é uma preocupação que passou a ser sentida não somente pelos ambientalistas, mas também pelos cidadãos em geral.

Conforme elucidado, é consenso que as coleções zoológicas didáticas são uma fonte importante para educação [45] [46] [47]. Todavia, as escolas de ensino fundamental e médio, principalmente públicas, raramente têm condições de manter um acervo como esse [48] ou de subsidiar visitas às instituições especializadas [49].

Ainda que Parauapebas esteja cercada pela Floresta Nacional de Carajás, o conhecimento da população sobre a biodiversidade local ainda é muito escasso [50]. Na região de Carajás, não há museu de zoologia. Algumas instituições públicas de ensino superior mantêm um pequeno acervo em seus laboratórios, destinado às suas próprias atividades de ensino, restringindo o acesso do público.
Além das universidades, os dois parques zoobotânicos da região possuem uma pequena coleção fixa em suas dependências. O Centro de Educação Ambiental de Parauapebas (CEAP), desenvolveu, de 2013 a 2018, o projeto Carajás Vai à Escola, que levou exposições sobre a biodiversidade da região até escolas e proporcionou o contato com as ciências naturais e o diálogo sobre a preservação dos recursos naturais [50], porém atualmente ele não está em atividade. O local com a coleção taxonômica mais robusta está a aproximadamente 800 km de distância, o Museu Paraense Emílio Goeldi, localizado na capital Paraense.

A logística e a distância são um grande empecilho para o acesso a esses locais. Uma forma de romper barreiras é levar essas coleções até o público, a fim de promover discussões acerca da biodiversidade local, conservação da fauna [51] desequilíbrios ambientais [52]. O contato com o material taxidermizado aproxima esse conhecimento à realidade cotidiana, e desperta no educando a vontade de explorar, de redescobrir o lugar em que vive, resgatando o sentimento de pertencimento. Dessa maneira, as pessoas sentem-se parte do processo de conservação, com a sua identidade cultural reconhecida, o que as leva a cuidar efetivamente do meio ambiente [53].

Conclusão

Fomentar educação ambiental não é uma tarefa fácil. A escassez de instituições que trabalhem com divulgação científica, a falta de recursos ou até mesmo a distância acabam sendo um empecilho para compartilhamento do conhecimento. Nesse sentido, a criação de uma coleção da fauna silvestre taxidermizada e desenvolvimento de ações de educação ambiental por meio de exposições itinerantes, foram grandes passos para democratização do acesso à informação e à biodiversidade de vertebrados da região de Carajás, com um enorme potencial de aceitação pelo público infanto-juvenil em especial, como também pelos adultos.

Apesar dos resultados positivos aqui apresentados, é preciso avaliar e aperfeiçoar as ações de educação ambiental. Para isso, é necessário traçar diagnósticos sobre o conhecimento acerca da fauna silvestre de Carajás para os diferentes públicos, avaliar quantitativamente e qualitativamente impacto da coleção na educação ambiental, ampliar o acervo da coleção e capacitar mais pessoas para confecção das peças, bem como criar e divulgar de materiais paradidáticos sobre da fauna de Carajás, promovendo mais oportunidade para discussões acerca da perda de biodiversidade local em decorrência das ações antrópicas, dentro do contexto histórico da região de Carajás.

Agradecimentos

Agradecimento ao Grupo de Estudos em Animais Selvagens Carajás da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Parauapebas.

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João Paulo Cirineu de Souza1

https://orcid.org/0009-0007-7179-2905

Sanni Caroline Gomes Damasceno1

https://orcid.org/0009-0000-4823-973X

Fernanda Samara Freitas da Silva1

https://orcid.org/0009-0009-0190-606X

Vitória Lorrany Brito da Costa1

https://orcid.org/0009-0001-8016-2792

Janielle Lima Nascimento1

https://orcid.org/0009-0000-3466-8103

Vivian dos Santos de Souza1

https://orcid.org/0000-0001-8719-1759

Paulo Henrique Pereira de Souza1

https://orcid.org/0009-0001-5229-3453

João Vytor Lira Vieira1

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Wlaisa Vasconcelos Sampaio1

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Recebido em 05/07/2024 - Aceito em 06/12/2024

Como citar:

Souza JPC, Damasceno SCG, Silva FSF, Costa VLB, Nascimento JL, Souza VS, Souza PHP, Vieira JVL, Sampaio WV. Taxidermia da fauna silvestre de Carajás: uma ferramenta para educação ambiental. Biodivers. Bras. [Internet]. 2025; 15(1): 58-68. https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v15i1.2647

Biodiversidade Brasileira – BioBrasil.

Fluxo Contínuo e Edição Temática:

Gestão do Conhecimento e Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás

n.1, 2025

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Biodiversidade Brasileira é uma publicação eletrônica científica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que tem como objetivo fomentar a discussão e a disseminação de experiências em conservação e manejo, com foco em unidades de conservação e espécies ameaçadas.

ISSN: 2236-2886