Integração dos povos indígenas sul Mato Grossenses na política de controle e prevenção a incêndios e a má gestão territorial

Autores

  • Anderson Nunes da Silva Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Dourados , Brasil
  • Vanessa Avalo Oliveira Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Dourados, Brasil
  • Jaqueline Pinheiro Siqueira Maia Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Dourados, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.1033

Palavras-chave:

Terras indígenas, avanço urbano sobre os ecossistemas, programa de combate a incêdio, técnicas de manejo do fogo, gestão territorial

Resumo

A pesquisa tem como objetivo a coleta de dados sobre os índices de queimadas nas Terras Indígenas do estado de Mato Grosso do Sul, a fim de concluir que a cultura do fogo, ainda persiste no meio indígena, tornando-se apta a fomentar políticas de integração do manejo do fogo por esses povos com intuito de diminuir os impactos dos incêndios sobre os biomas. No estado de Mato Grosso do Sul, nos municípios de Dourados e Caarapó, há formação predominantemente dos ecossistemas de Cerrado e vestígios de Mata Atlântica. O clima seco de inverno somado à má gestão territorial torna o bioma do cerrado propício às queimadas. A presente pesquisa foi realizada a partir da análise do Banco de Dados de Queimadas do INPE, nas Terras Indígenas de Dourados e Caarapó no estado de Mato Grosso do Sul, nas datas de 29/03/2018 a 30/03/2019. No período de um ano, foi constado um aglomerado intenso de focos de incêndios nas áreas de Terras Indígenas, localizadas em ambos os municípios A pesquisa resultou na constatação de que nessas áreas indígenas houve maior concentração de índices de focos de incêndios, perscrutando que uso do fogo por esses povos oferecem mais vantagens ao meio ambiente do que risco e degradação. O fogo tem sido usado pelos povos indígenas por muito tempo com diversificados propósitos de ordem ecológica, social e espiritual. Mas o uso indiscriminado das queimadas tem sido atribuído aos índios, que por sinal estão a mais tempo em terra brasilis. Na verdade, o "homem branco" se aproveita da técnica dos povos indígenas sobre o fogo para culpá-los dos incêndios, com fito de encobrir que o maior problema é a má gestão territorial sobre os ecossistemas. Os municípios de Dourados e Caarapó são exemplos de que o avanço urbano sobre o meio ambiente tem impulsionado as queimadas indiscriminadamente. Partindo desse ponto, o poder público deve fomentar os programas de combate a incêndios integrando os povos indígenas que detém conhecimentos tradicionais de manejo do fogo, a fim de aumentar a segurança e minimizar os prejuízos socioambientais causados pelo crescente avanço urbano sobre meio ambiente.

Referências

Disponível em < http://projectcobra.org/wp-content/uploads/Working-Paper-1-Indigenous-fire-management_Portuguese.pdf >. Acesso em: 10 abr. 2019.

FUNAI. Disponível em < http://www.funai.gov.br/index.php/prevencao-de-incendios >. Acesso em: 4 abr. 2019.

INPE. Disponível em < http://www.inpe.br/queimadas/bdqueimadas >. Acesso em: 10 abr. 2019.

LEONEL, Mauro. O uso do fogo: o manejo indígena e a piromania da monocultura. Estudos Avançados, v. 14, n. 40, p. 231-250, 2000.

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Publicado

2019-05-15