Vertebrados atropelados na BR-163, entorno da floresta nacional do Tapajós, Pará

influência dos padrões espaciais e climáticos

Autores

  • Gabriela Batista Universidade Federal do Oeste do Pará/UFOPA, Santarém/PA, Brasil
  • Nilton Rascon ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado, Brasil
  • Clarissa Rosa INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i1.1802

Palavras-chave:

Unidade de conservação , ecologia de estradas , impacto ambiental

Resumo

O atropelamento de fauna em rodovias é responsável pela mortalidade de inúmeras espécies, podendo causar declínio das populações animais. Este estudo avaliou a influência dos padrões espaciais e das variáveis climáticas dos grupos de vertebrados silvestres atropelados na BR-163, Pará. Realizamos o monitoramento em 201km da rodovia, dos quais 151km fazem limite com a Floresta Nacional do Tapajós. Identificamos os hotspots de atropelamento utilizando análise de Kernel e escolhemos os dados de temperatura e precipitação como variáveis climáticas. A paisagem do entorno da rodovia foi caracterizada e dividida em três recortes espaciais (Trechos 1, 2 e 3). Registramos 650 animais e a taxa de atropelamento de vertebrados foi de 0,08ind./km/dia. Entre as classes de animais, a maior taxa foi de anfíbios (0,03ind./km/dia), seguida de mamíferos (0,02ind./ km/dia), aves (0,02ind./km/dia) e répteis (0,01ind./km/dia). Somente os mamíferos tiveram correlação significativa com as variáveis climáticas. As espécies com maior número de registro para mamíferos foram Didelphis sp. (29%), Tamandua tetradactyla (17%) e Cerdocyon thous (16%); para aves foram Coragyps atratus (55%) e Crotophaga ani (12%); para anfíbios foi Rhinella marina (58%) e para répteis foi Boa constrictor (36%). Os hotspots dos vertebrados ocorreram, principalmente, nos Trechos 1 e 2, que são caracterizados pela presença de adensamentos urbanos e de plantações agrícolas. Os hotspots estão aparentemente relacionadas aos hábitos dos animais e paisagem do entorno, com alto índice de animais sinantrópicos sendo atropelados em trechos mais próximos a centros urbanos. Dessa forma, discutimos medidas de mitigação que podem garantir a conservação da fauna local (ex. redutores de velocidade, cercas e túneis).

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Publicado

2022-01-18

Edição

Seção

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - Pibic/ICMBio