Esta é uma versão desatualizada publicada em 2025-02-05. Leia a versão mais recente.

Áreas e sítios importantes para a conservação de morcegos – AICOMs e SICOMs como estratégias para a conservação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v14i4.2454

Palavras-chave:

Chiroptera , preservação, Programa de Conservação de Morcegos no Brasil

Resumo

Áreas e sítios para a conservação de morcegos (AICOMs e SICOMs), certificadas pela Red Latinoamericana y del Caribe para la Conservación de los Murciélagos (RELCOM), constituem importante estratégia para a proteção de quirópteros e da fauna em geral, pois sua identificação baseia-se em um conjunto robusto de critérios faunísticos (diversidade taxonômica) e ecológicos (distribuição, endemismo, raridade, vulnerabilidade, dependência de certos tipos de abrigo, importância para o funcionamento dos ecossistemas e graus de ameaça), que podem ser igualmente aplicados a vários outros táxons. Porém, sua eficácia como estratégia de conservação depende do reconhecimento por parte das autoridades ambientais responsáveis pela elaboração e aplicação da legislação ambiental, incluindo a criação de unidades de conservação. Apresentamos aqui as seis AICOMs e as quatro SICOMs brasileiras propostas pelo Programa de Conservação de Morcegos no Brasil (PCMBrasil) e certificadas pela RELCOM até o presente. Essas áreas e sítios localizam-se em diferentes biomas brasileiros, principalmente Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica, e estão sujeitas a diversos impactos, com destaque para a perda de habitat, perturbação ou destruição de abrigos, expansão de áreas urbanas e conflitos morcegos-humanos. Parte das AICOMs está localizada em unidades de conservação, como Parques Nacionais (PARNAs), áreas de proteção ambiental (APAs) e reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs); enquanto as SICOMs incluem cavernas e pontes sob as quais colônias particularmente numerosas se abrigam. Concluindo, propomos que os órgãos ambientais brasileiros reconheçam a importância de estratégias como a implementação de AICOMs e SICOMs para a conservação de ecossistemas inteiros, promovendo e apoiando estudos que forneçam dados científicos para a identificação dessas áreas e utilizando-os como base para a criação de áreas protegidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Barquez RM, Aguirre LF, Nassar JM, Burneo SF, Mancina CA, Díaz MM (Eds.). Áreas y sitios de importancia para la conservación de los murciélagos en Latinoamérica y el Caribe. RELCOM, Yerba Buena, Tucumán, Argentina. 2022. 370p.

2. Kunz TH, Torrez EB, Bauer D, Lobova T, Fleming TH. Ecosystem services provided by bats. Annals New York Academy Sciences, Issue: The Year in Ecology and Conservation Biology. 2011; 1223: 1–38. DOI: 10.1111/j.1749-6632.2011.06004. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1749-6632.2011.06004.x

3. Kasso M, Balakrishnan M. Ecological and Economic Importance of Bats (Order Chiroptera). ISRN Biodiversity, 2013: ID 187415. DOI:10.1155/2013/18741. DOI: https://doi.org/10.1155/2013/187415

4. Ramírez-Fráncel AL, García-Herrera LV, Losada-Prado S, Reinoso-Flórez G, Sánchez-Hernández A, Estrada-Villegas S, Lim BK, Guevara G. Bats and their vital ecosystem services: a global review. Integrative Zoology. 2021; 17(1):2-23, 2021. DOI: 10.1111/1749-4877.12552. DOI: https://doi.org/10.1111/1749-4877.12552

5. Cleveland CJ, Betke M. Federico, Frank PJD, Hallam TG, Horn J, López Jr JD, McCracken GF, Medellín RM, Moreno-Valdez A, Sansone CG, Westbrook JK, Kunz TH. Economic value of the pest control service provided by Brazilian free-tailed bats in south-central Texas. Frontiers in Ecology and the Environment. 2006; 4(5): 238–24. DOI: 10.1890/1540-9295(2006)004[0238:EVOTPC]2.0.CO;2

6. Gandara G, Sandoval ANC, Cienfuego CAH. Valoración económica de los servicios ecológicos que prestan los murciélagos Tadarida brasiliensis como controladores de plagas en el norte de México. Escuela de Graduados em Administracíon Pública y Política Pública. Working Paper 2006; 2006-5.

7. Boyles JG, Cryan PM, McCracken GF, Kunz TH. Economic Importance of Bats in Agriculture. Science. 2011; 332 (6025): 41-42. DOI: 10.1126/science.1201366. DOI: https://doi.org/10.1126/science.1201366

8. Riccucci M, Lanza B. Bats and insect pest control: a review. Vespertilio. 2004; 17: 161–169.

9. Puig-Montserrat X, Torre I, López-Baucells A, Guerrieri E, Monti MM, Ràfols-García R, Ferrer X, Gisbert D, Flaquer C. Pest control service provided by bats in Mediterranean rice paddies: linking agroecosystems structure to ecological functions. Mammalian Biology. 2015; 80: 237–24. DOI: 10.1016/j.mambio.2015.03.008. DOI: https://doi.org/10.1016/j.mambio.2015.03.008

10. Aguiar LMS, Bueno-Rocha ID, Oliveira G, Pires ES, Vasconcelos S, Nunes GL, et al. Going out for dinner—The consumption of agriculture pests by bats in urban areas. PLoS ONE, 2021; 16(10): e0258066. DOI: 10.1371/journal. pone.025806. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0258066

11. Fonseca RS, Mascarenhas MJO, Olímpio, Medeiros AP . Polinização e Dispersão de Sementes por Morcegos e a sua Importância na Manutenção dos Ecossistemas. Morcegos dos biomas Cerrado e Amazônia Maranhense: Conhecer para conservar. 1ed.: Atena Editora, 2021; 30-40. DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.1872105074

12. Trejo-Salaza RE, Eguiarte LE, Suro-Piñera D, Medellin R. Save our bats, save our tequila: Industry and science join forces to help bats and agaves. Natural Areas Journal. 2016; 36(4):523-530. DOI: 0.3375/043.036.0417. DOI: https://doi.org/10.3375/043.036.0417

13. Foresta H, Charles-Dominique P, Erard C, Prevost MF. Zoochorie et premiers stades de la regeneration naturelle après coupe en forest Guyanaise Revue d´Ecologie. 1984; 39: 369 – 400. DOI: https://doi.org/10.3406/revec.1984.5266

14. Bernard E, Aguiar LMS, Brito D, Cruz-Neto AP, Gregorin, Machado RRB, Oprea M, Paglia AP, Tavares, VC. Uma análise de horizontes sobre a conservação de morcegos no Brasil, p. 19-35. In: T.R.O. Freitas TRO, Vieira EM (eds.). Mamíferos do Brasil: Genética, Sistemática, Ecologia e Conservação. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Mastozoologia. 2012; 2: 2-17.

15. Adams RA, Pedersen SC (Eds.). Bat Evolution, Ecology, and Conservation. Springer. 2013. 547p. DOI: https://doi.org/10.1007/978-1-4614-7397-8

16. Voigt CC, Kingston T. (Eds.). Bats in the Anthropocene: Conservation of Bats in a Changing World. Springer Open. 2016; 606 pp. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-319-25220-9

17. Novaes RLM, Laurindo RF, Dornas RAP, Esbérard CE, Bueno C. On a collision course: the vulnerability of bats to roadkills in Brazil. Mastozoología Neotropical. 2018; 25(1):115-128. DOI: 10.31687/saremMN.18.25.1.0.11. DOI: https://doi.org/10.31687/saremMN.18.25.1.0.11

18. Frick WF, Kingston T, Flanders J. A review of the major threats and challenges to global bat conservation. Ann. N.Y. Acad. Sci., 2019. DOI: 10.1111/nyas.14045. DOI: https://doi.org/10.1111/nyas.14045

19. Trajano E. Brazilian lithophilous bats in danger. Boletín Red Latinoamericana y del Caribe para la Conservación de los Murciélagos. 2022; 13(2): 3-7.

20. Barclay RMR, Ulmer J, Cameron JA, MacKenzie M, Thompson LO, McCool J, Cropley E, Poll G. Variation in the reproductive rate of bats. Canadian Journal of Zoology. 2004; 82: 688–693. DOI: 10.1139/z04-057. DOI: https://doi.org/10.1139/z04-057

21. RELCOM (Red Latinoamericana y del Caribe para la Conservación de los Murciélagos). <https://relcomlatinoamerica.net>. Acesso em: 20/11/2022.

22. Trajano E. Ecologia de populações de morcegos cavernícolas em uma região cárstica do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoologia. 1985; 2(5): 255-320. DOI: 10.1590/S0101-81751984000100001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-81751984000100001

23. Keeley ATH, Keeley BW. The mating system of Tadarida brasiliensis (Chiroptera: Molossidae) in a large highway bridge colony. Journal of Mammalogy. 2004; 85(1):113–119. DOI: 10.1644/BME-004. DOI: https://doi.org/10.1644/BME-004

24. Lee Y-F, McCracken GF. Timing and variation in the emergence and return of Mexican free-tailed bats, Tadarida brasiliensis mexicana. Zoological Studies. 2001; 40(4): 309-316.

25. Armstrong K. Brazilian free-tailed bat (Tadarida brasiliensis). Mammalian Species. 2008; 4:1-6.

26. Barros MAS. Interações entre morcegos e turbinas eólicas no Agreste do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. Tese (Doutorado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 2019. 265pp.

Downloads

Publicado

2025-02-05

Versões

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)