Destinação da fauna silvestre resgatada pela equipe da Reserva Biológica Guaribas na Mata Atlântica do nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i1.1704Palavras-chave:
Manejo de fauna, animais silvestres, impactos antrópicos, área protegida, Floresta AtlânticaResumo
O objetivo deste trabalho é avaliar a destinação dada pela equipe da Reserva Biológica (REBIO) Guaribas aos animais silvestres por ela resgatados ou recebidos de resgate. Foram compiladas informações documentais, a fim de se identificar o perfil taxonômico da fauna resgatada, o perfil dos resgatadores, o tipo de destinação dada a ela e detectar tendências espaciais das solturas. Foram examinados 360 documentos do tipo “registro de fauna” produzidos entre abril de 2012 até julho de 2017, dos quais 114 caracterizam-se como eventos de resgates (31,7% dos registros) e, destes, 31 registros (27% dos resgates) possibilitaram uma análise espacial. Mammalia foi o grupo taxonômico com maior representatividade, com destaque para a preguiça-comum (Bradypus variegatus). Detectou-se a oportunidade de aproveitar parte dos indivíduos dessa espécie, resgatados próximo à SEMA 2, em um programa de revigoramento populacional a ser criado na área da SEMA 3. Os tipos de resgatador mais frequentes foram o cidadão e a equipe da REBIO Guaribas, com 52 resgates (45,6%) cada um. Observou-se que a destinação mais comum foi a soltura em ambiente natural, mas há uma elevada proporção de indivíduos resgatados feridos a ponto de serem encaminhados a cuidados veterinários ou irem a óbito. A equipe poderia melhorar a qualidade dos registros por meio da capacitação permanente dos executores das ações de manejo, incorporação de voluntários, bem como a melhoria da qualidade das solturas por meio de parceria com instituição de pesquisa.
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