Ocorrências de incêndios combatidos e registrados pela equipe da reserva biológica Guaribas

Autores

  • James Barbosa Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Campus I, Centro de Ciências Exatas e da Natureza - CCEN, Departamento de Sistemática e Ecologia - DSE
  • Afonso Henrique Leal Reserva Biológica Guaribas, ICMBio

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v12i1.1834

Palavras-chave:

Área protegida, incêndios florestais, registro de ocorrência de incêndio, impactos antrópicos, Floresta Atlântica

Resumo

A Reserva Biológica Guaribas é uma unidade de conservação de proteção integral gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e tem como objetivo a conservação integral da biota. Situando-se no litoral norte da Paraíba, apresenta mais de 4.000ha divididos em três áreas, denominadas SEMA 1, 2 e 3, sendo a SEMA 2 o maior fragmento de Mata Atlântica entre os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. A unidade de conservação (UC) encontra-se em uma área de forte cultivo de cana para produção de açúcar e álcool, o que o que eleva o risco de incêndios na vegetação nativa devido a prática da queima pré-colheita, principalmente na estação seca, que ocorrem dos últimos meses do ano aos primeiros do ano seguinte. O estudo compila informações contidas nos Registros de Ocorrência de Incêndios (ROI) entre os anos de 2007 a 2018 e reconhece o perfil quantitativo dessas ocorrências, identificando a distribuição geográfica dos incêndios, os tipos de vegetação atingidos, as causas do fogo, e apresenta propostas para prevenir e combater esses eventos. No período de estudo, foram produzidos 290 ROI, correspondendo a 1251,70ha em área queimada, dos quais 101,93ha foram dentro da UC. Dos incêndios registrados, 93.4% aconteceram fora da UC, desses, 21% ocorreram além da zona de amortecimento. Novembro mostrou-se o mês mais propício ao fogo com 87 registros, e 2012 foi o ano com a maior área da UC afetada, com 27,62ha queimados. Os tipos de vegetação mais atingidos foram, respectivamente, capoeira (aberta e fechada) e mata madura. Além disso, as causas, com poucas exceções, foram antrópicas, das quais práticas agropecuárias e vandalismo figuraram como as mais comuns na região. As áreas menores (1 e 3) apresentaram proporcionalmente maior quantidade de incêndios imediatamente ao entorno. Por fim, foi observada uma forte concentração de incêndios logo ao norte da SEMA 1.

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Publicado

2022-01-18

Edição

Seção

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - Pibic/ICMBio