Impactos ambientais causados por empreendimentos em unidades de conservação da natureza na Região Sudeste do Brasil

Autores

  • Fábio Souto de Almeida Departamento de Ciências do Meio Ambiente, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Laboratório de Ciências Ambientais/LCA. Brasil
  • Stella Horsth Pereira Instituto Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Brasil
  • Marcela Pinto Barbosa Vassar Instituto Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Brasil
  • Fabíola de Sampaio Rodrigues Grazinoli Garrido Departamento de Ciências do Meio Ambiente, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Laboratório de Ciências Ambientais/LCA. Brasil

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v13i3.2305

Palavras-chave:

Condições ambientais, preservação , sustentabilidade

Resumo

Empreendimentos frequentemente afetam unidades de conservação da natureza, podendo ocasionar impactos ambientais de grande magnitude. O presente trabalho teve como objetivo analisar os impactos ambientais de empreendimentos na região Sudeste do Brasil que afetaram unidades de conservação da natureza. Para a coleta dos dados, foram utilizados 15 estudos ambientais usados no licenciamento de empreendimentos na região estudada. Foi constatado o total de 119 impactos ambientais em unidades de conservação, sendo 24 alterações ambientais no meio físico, 35 no meio biológico e 60 no meio socioeconômico. No meio físico todos os impactos foram classificados como de natureza negativa. No biológico apenas 3 foram positivos. No meio socioeconômico a maioria foi de natureza negativa, mas ocorreram 20 impactos classificados como de natureza positiva e 6 como de natureza positiva e negativa. Nas áreas de influência dos empreendimentos estudados ocorreram 10 das 12 categorias de unidades existentes no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei Federal n. 9.985 de 2000), apenas não foram encontradas reservas extrativistas e as reservas de fauna. Alguns estudos ambientais sobre empreendimentos que possuíam em sua área de influência unidades de Conservação não mencionaram o impacto “interferência em áreas protegidas”. Todavia, pode-se constatar diversas medidas mitigadoras dos impactos ambientais negativos nos estudos ambientais analisados. Conclui-se que os empreendimentos na região Sudeste do Brasil têm afetado expressivamente as Unidades de Conservação existentes de forma negativa, principalmente os componentes do meio físico e biótico. Além disso, os estudos ambientais não relatam totalmente a gravidade desses impactos.

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Publicado

2023-11-14

Edição

Seção

Fluxo contínuo