Avaliação remota como alternativa de monitoramento da restauração na região de Carajás, Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v15i1.2652

Resumo

O monitoramento constitui etapa fundamental da restauração, pois permite avaliar a evolução dessa iniciativa e assim promover o manejo adaptativo das áreas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a efetividade do uso de imagens de satélite de alta resolução para monitorar a evolução da restauração em pequenas áreas. Monitoramos 25 áreas, utilizando a Coleção BETA do MapBiomas, que inclui mapas anuais de cobertura e uso da terra para o período de 2016 a 2022, com 10 m de resolução. Para determinar a dinâmica de uso do solo utilizamos o programa QGIS. As áreas monitoradas têm de 0,03 a 8,7 ha e uso pretérito, principalmente, como áreas para pastagem. Observamos uma intensa dinâmica de uso do solo ao longo dos anos de avaliação (2016 a 2022), muito mais voltada ao uso antrópico do que a evolução da restauração. As classes de uso predominante nas áreas foram: pastagem, outras áreas não vegetadas e formação florestal. O somatório das áreas de pastagem, no ano de 2016, foi de 937,69 ha, passando para 649,91, no ano de 2022. A área classificada como floresta no ano de 2016 foi de 1,310 para 1,849 ha em 2022. Assim como os dados de campo, a avaliação feita por imagens mostrou que a restauração avaliada apresenta resultados pouco efetivos, tendo em vista que o aumento da cobertura vegetal e a consequente redução das áreas de pastagem não foram observados de forma consistente. Esse fato demonstra a importância da adoção de estratégias de manejo adaptativo que contemplem as especificidades das iniciativas voltadas para restauração. Deste modo, fica demonstrado que as geotecnologias são ferramentas importantes no manejo de áreas em restauração, uma vez que é possível indicar a porcentagem de área coberta por vegetação e classificar aquelas que são de interesse para restauração nas proximidades, favorecendo a conectividade entre fragmentos. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Wendelo Costa Silva, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ICMBio, Núcleo de Gestão Integrada de Carajás/NGI Carajás, Brasil

  

Referências

1. Lama C Del, Rosa M, Azevedo T, Shimbo J, Teixeira L, Oliveira M, et al. [Internet]. 2024 May 28. RAD2023: Relatório Anual do Desmatamento no Brasil 2023 [Acesso em: 2024 Jun 9]. Disponivel em: http://alerta.mapbiomas.org/team.

2. Van Passel J, Bernardino PN, Lhermitte S, Rius BF, Hirota M, Conradi T, et al. Critical slowing down of the Amazon forest after increased drought occurrence. Proceedings of the National Academy of Sciences. Proceedings of the National Academy of Sciences; 2024;121(22)

:e2316924121. DOI: 10.1073/pnas.2316924121 DOI: https://doi.org/10.1073/pnas.2316924121

3. Holl KD, Lesage J, Amazonas N, Resende A, Simões L, Vizcaya E, et al. Holl KD, editor. Fundamentos da restauração [Internet]. 1st ed. México: UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO Instituto de Física; 2023 [Acesso em: 2023 May 15]. Disponível em: https://books.google.com.br/books/about/Fundamentos_da_restaura%C3%A7%C3%A3o_ecol%C3%B3gica.html?id=hUm7EAAAQBAJ&redir_esc=y

4. SER S for ERIS& PWG. Fundamentos de Restauração Ecológica. Sociedade Internacional para Restauração Ecologica [Internet]. 2004; Disponível em: www.ser.org

5. Mansourian S, Berrahmouni N, Blaser J, Dudley N, Maginnis S, Mumba M, et al. Reflecting on twenty years of forest landscape restoration. Restor Ecol. John Wiley and Sons Inc; 2021;29(7). DOI: https://doi.org/10.1111/rec.13441 DOI: https://doi.org/10.1111/rec.13441

6. de Moraes LFD, Campello EFC, Franco AA. Restauração florestal: Do diagnóstics de degradação ao uso de indicadores ecológicos para o monitoramento das ações. Oecologia Australis. 2010;14(2):437–51. DOI: 10.4257/oeco.2010.1402.07 DOI: https://doi.org/10.4257/oeco.2010.1402.07

7. Bruno Rocha Martins W, Douglas Roque Lima M, de Oliveira Barros Junior U, Sousa Villas-Boas Amorim L, de Assis Oliveira F, Schwartz G. Ecological methods and indicators for recovering and monitoring ecosystems after mining: A global literature review. Vol. 145, Ecological Engineering Elsevier B.V.; 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecoleng.2019.105707

8. Guerra A, Reis LK, Borges FLG, Ojeda PTA, Pineda DAM, Miranda CO, et al. Ecological restoration in Brazilian biomes: Identifying advances and gaps. Vol. 458, Forest Ecology and Management Elsevier B.V.; 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.foreco.2019.117802

9. Brancalion PHS, Gorne viani RA, Rodrigues RR, Gandolfi S. Avaliação e monitoramento de áreas em processo de restauração [Internet]. São Paulo; 2013 [Acesso em: 2023 Aug 18]. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.esalqlastrop.com.br/img/aulas/Cumbuca%206(2).pdf

10. Aliança pela Restauração na Amazônia. Recomendações para o monitoramento da restauração na Amazônia [Internet]. 1st ed. Vol. 1 Belém, PA: Aliança pela Restauração na Amazônia; 2022 [Acesso em: 2023 Aug 18]. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://aliancaamazonia.org.br/wp-content/uploads/2022/11/monitoramento-alianca-web2.pdf

11. Projeto (MapBiomas). Projeto MapBiomas - Coleção 8.0 da série anual de mapas de cobertura e uso do solo no Brasil [Internet]. 2023. Coleção [8.0] da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil - Metodologias MapBiomas [Acesso em: 2023 Mar 21]. Disponível em: https://mapbiomas.org/visao-geral-da-metodologia

12. MapBiomas. https://brasil.mapbiomas.org/2023/08/17/mapbiomas-publica-primeira-colecao-de-mapas-de-cobertura-e-uso-da-terra-com-resolucao-espacial-de-10-metros/ [Internet]. 2023 Nov. A coleção MapBiomas 10 Metros beta

13. Mesquita Da Luz L, Edilson J, Rodrigues C, Carvalho Da Ponte F, Nunes Da Silva C. ATLAS GEOGRÁFICO ESCOLAR DO ESTADO DO PARÁ GAPTA / UFPA BELEM-2013 1a Edição.

14. Alvares CA, Stape JL, Sentelhas PC, De Moraes Gonçalves JL, Sparovek G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift. 2013;22(6):711–28. DOI: 10.1127/0941-2948/2013/0507 DOI: https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507

15. Lopes MNG, De Souza EB, Ferreira DB da S. Climatologia regional da precipitação no estado do Pará. Revista Brasileira de Climatologia [Internet]. 2013 [Acesso em: 2024 May 9];9:84–102. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/rbclima/article/view/13689/7047

16. Congedo L. Semi-Automatic Classification Plugin: A Python tool for the download and processing of remote sensing images in QGIS. J Open Source Softw. The Open Journal; 2021;6(64):3172. DOI: 10.21105/joss.03172 DOI: https://doi.org/10.21105/joss.03172

17. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, editor. Acesso e uso de dados geoespaciais. 14th ed. Vol. 14 Rio de Janeiro: IBGE; 2019.

18. SOBRE. Restauração no Brasil [Internet]. 2024 Jul 10. Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) [Acesso em: 2024 Jul 9]. Disponível em: https://www.sobrestauracao.org/

19. Bartholomew DC, Mosyaftiani A, Morgan B, Shah T, Shaw K, Stillman C, et al. The Global Biodiversity Standard: Manual for assessment and best practices Authors [Internet]. Washington, D.C. USA; 2024 Jul [Acesso em: 2024 Jul 10]. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://cdn.ymaws.com/www.ser.org/resource/resmgr/docs/The-Global-Biodiversity-Stan.pdf

20. Brancalion P, Viani R, Rodrigues R, Gandolfi S. Avaliação e monitoramento de áreas em processo de restauração. In: Martins S, editor. Restauração ecológica de ecossistemas degradados. [Internet]. 2nd ed. Viçosa: Editora UFV; 2015 [Acesso em: 2024 Jul 11]. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.esalqlastrop.com.br/img/aulas/Cumbuca%206(2).pdf

21. Strassburg B, Branco PD, IRibarrem A, Latawiec A, Salcedo C, Rocha D, et al. Identificando Áreas Prioritárias para Restauração- Bioma Amazônia. Rio de Janeiro; 2022 Nov 10.

22. Rodrigues RR, Padovezi A, Farah FT, Garcia LC, Sanglade LG, Brancalion PHS, et al. Protocolo de monitoramento para Programas e Projetos de Restauração Florestal. Pacto pela Restauração da Mata Atlântica [Internet]. 2013 [Acesso em: 2024 Jul 10];1:1–61. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.pactomataatlantica.org.br/wp-content/uploads/2021/05/protocolo-de-monitoramento-pt.pdf

23. Bartholomew DC, Mosyaftiani A, Morgan B, Shah T, Shaw K, Stillman C, et al. Remote Sensing Survey. In: The Global Biodiversity Standard: Manual for assessment and best practices Authors. [Internet]. 1st ed. Washington, D.C. USA: Botanic Gardens Conservation International.; 2024 [Acesso em: 2024 Jul 10]. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://cdn.ymaws.com/www.ser.org/resource/resmgr/docs/The-Global-Biodiversity-Stan.pdf

24. Lamb D. Undertaking large-scale forest restoration to generate ecosystem services. Restor Ecol. John Wiley & Sons, Ltd; 2018;26(4):657–66. DOI: https://doi.org/10.1111/rec.12706 DOI: https://doi.org/10.1111/rec.12706

25. Ghazoul J, Chazdon R. Annual Review of Environment and Resources Degradation and Recovery in Changing Forest Landscapes: A Multiscale Conceptual Framework. Annu Rev Environ Resour. 2017;42:161–88. DOI: 10.1146/annurev-environ DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-environ-102016-060736

26. Parker VT. The Scale of Successional Models and Restoration Objectives. Restor Ecol. John Wiley & Sons, Ltd; 1997;5(4):301–6. DOI: https://doi.org/10.1046/j.1526-100X.1997.00031.x DOI: https://doi.org/10.1046/j.1526-100X.1997.00031.x

27. Ruíz J, Vargas O, Rodríguez N. Restoration priorities: Integrating successional states and landscape resilience in tropical dry forest compensation projects in Colombia. Applied Geography. 2023;157:103021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.apgeog.2023.103021 DOI: https://doi.org/10.1016/j.apgeog.2023.103021

28. Leite M de S, Tambosi LR, Romitelli I, Metzger JP. Landscape ecology perspective in restoration projects for biodiversity conservation: A review. Natureza a Conservacao. Fundacao O Boticario de Protecao a Naturezas; 2013;11(2):108–18. DOI: 10.4322/natcon.2013.019 DOI: https://doi.org/10.4322/natcon.2013.019

29. Crouzeilles R, Curran M, Ferreira MS, Lindenmayer DB, Grelle CE V, Rey Benayas JM. A global meta-analysis on the ecological drivers of forest restoration success. Nat Commun. 2016;7(1):11666. DOI: 10.1038/ncomms11666 DOI: https://doi.org/10.1038/ncomms11666

30. Holl KD, Reid JL, Chaves-Fallas JM, Oviedo-Brenes F, Zahawi RA. Local tropical forest restoration strategies affect tree recruitment more strongly than does landscape forest cover. Journal of Applied Ecology. John Wiley & Sons, Ltd; 2017;54(4):1091–9. DOI: https://doi.org/10.1111/1365-2664.12814 DOI: https://doi.org/10.1111/1365-2664.12814

Downloads

Publicado

2025-03-10

Edição

Seção

Gestão do Conhecimento e Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás