Manejo integrado do fogo e a erradicação de mega-incêndios na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, Jalapão, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v9i1.906Palabras clave:
Áreas protegidas, cerrado, Gestão do fogo, Manejo integrado do fogo, mega-incêndiosResumen
Nossa proposta foi demonstrar como diferentes abordagens de gestão do fogo na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins (EESGT) se relacionam com o tamanho e ocorrência de mega-incêndios nessa unidade de conservação (UC). Realizamos revisão bibliográfica e levantamento de dados institucionais, além da experiência pessoal, visto que todos autores trabalham na EESGT. Identificamos duas abordagens de gestão do fogo: uma voltada para sua exclusão (2001 a 2012) e outra para o manejo integrado do fogo (MIF) (2014 - atual), perpassando por um período de transição e mudança de paradigmas (2012-2014). Verificamos que o período de exclusão do fogo levou ao acúmulo e continuidade de combustível favorecendo a recorrência de grandes incêndios. Evidências disso são os mega-incêndios registrados em 2010, 2012 e 2014 que queimaram, respectivamente, 80.000, 107.000 e 88.000 hectares, cada evento extremo. A EESGT enfrentou o desafio de mudar formalmente paradigmas de gestão ao assumir, em seu Plano de Manejo, aprovado em 2014, a possibilidade de uso do fogo para proteção da biodiversidade. Desde 2015 não são mais registrados mega incêndios na UC, sendo o maior evento recente, em 2019, de apenas três mil hectares. A experiência de adoção do MIF na EESGT revela que é possível reverter cenários de recorrência de grandes incêndios no final da estação seca comuns em UC do Cerrado. A EESGT marca vanguarda na adoção do MIF em UC no Brasil e essa pesquisa colabora para registro do histórico de gestão do fogo em áreas protegidas no país, além de inspirar e subsidiar a revisão de paradigmas tradicionais na conservação e manejo da biodiversidade brasileira.
Citas
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