Programa Monitora e avaliação do risco de extinção da fauna no Brasil: lacunas e sinergias
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v15i2.2529Palavras-chave:
Conservação , espécies ameaçadas , risco de extinção , Programa MonitoraResumo
O Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Programa Monitora) gera dados de distribuição geográfica, número de indivíduos e tendência populacional das espécies da fauna brasileira em unidades de conservação (UCs), além de contribuir para a avaliação do risco de extinção de tais espécies. Este trabalho apresenta um diagnóstico da contribuição do Programa Monitora ao processo de avaliação do risco de extinção da fauna terrestre, relevante para a identificação de lacunas de conhecimento de populações de interesse para a conservação. Foram identificadas 273 espécies nas categorias Criticamente Em Perigo (CR), Em Perigo (EN), Vulnerável (VU), Quase Ameaçada (NT) e Dados Insuficientes (DD) passíveis de amostragem pelo Monitora: vinte aves terrestres, dez aves marinhas, 82 mamíferos, 129 libélulas e 32 borboletas. Ao todo, 107 espécies têm registro de ocorrência em UCs que participam do Programa Monitora e 114 espécies em UCs fora do Programa. A maioria das espécies de libélulas (110) e borboletas (17) não possui registros em UCs, participantes ou não do programa. Em contraste, apenas dez das 112 espécies de aves e mamíferos não foram registradas em UCs federais. A interação entre os dois processos se mostrou exitosa quando novos registros provenientes do Monitora alteraram a categorização de espécies no processo de avaliação. Estratégias para otimizar essa interação incluem: integrar os sistemas SISMonitora e SALVE; considerar a fauna ameaçada, bem como NT e DD na ampliação do Monitora; implementar módulos básicos do Monitora em lacunas geográficas dessas espécies; implementar módulos avançados em UCs onde isso contribua para a avaliação do risco de extinção.
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