Estratégias de compensação ambiental na região de Carajás: análise de similaridade de biodiversidade impactada pela mineração
DOI:
https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v15i1.2684Palavras-chave:
Análise de agrupamentos hierárquicos , biodiversidade sensível , patrimônio espeleológico , redução de impactosResumo
Este trabalho tem como objetivo principal indicar, na região do mosaico de áreas protegidas de Carajás, as áreas de maior similaridade de biodiversidade sensíveis aos impactos da mineração, ao propor um método auxiliar para a compensação ambiental de impactos não mitigáveis. Os mapas de grupos para compensação, resultado do Plano de Redução de Impactos da Mineração sobre a Biodiversidade e o Patrimônio Espeleológico (PRIM Mineração), foram elaborados em escala federal e subdivididos em grandes bacias hidrográficas. Na região do mosaico de Carajás foram identificadas 27 espécies da fauna e 38 da flora sensíveis aos impactos crônicos da mineração. Para criar o mapa de grupos para compensação ambiental, avaliou-se a distribuição potencial das espécies e de ambientes sensíveis, ao comparar a composição dos alvos de conservação entre unidades de planejamento (UPs). As UPs com mais de 50% de similaridade em alvos de conservação formaram os grupos, já aquelas com no mínimo 75% de similaridade formaram os agrupamentos. As unidades de conservação (UCs) do mosaico de áreas protegidas de Carajás estão no Grupo E, com dois agrupamentos distintos, a exemplo da Floresta Nacional de Carajás e o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, que são representados por um único agrupamento. Nossos resultados auxiliam na alocação eficaz de recursos financeiros e nas ações de compensação ambiental, ao direcionar áreas com composição semelhante de alvos de conservação. No entanto, estudos mais refinados devem ser realizados em escala local para resguardar as peculiaridades ambientais características da região de Carajás.
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