Peixes dos igarapés tributários do rio Itacaiúnas

Authors

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v15i1.2683

Keywords:

Igarapé, diversidade , monitoramento

Abstract

As atividades antrópicas na região Amazônica geram impactos ao ambiente aquático e, por consequência, aos organismos que vivem nesses locais. O pouco conhecimento sobre as relações ecológicas da comunidade de peixes na região, assim como sua relação com as variáveis ambientais determinando sua sobrevivência e distribuição, geram essas perdas de dados para estudos ecológicos e biomonitoramento. O objetivo do nosso estudo foi avaliar como as variáveis ambientais influenciam na riqueza e abundância de espécies de peixes de igarapés de afluentes do rio Itacaiúnas, Pará, Brasil. Por tanto, testamos a hipótese de que a riqueza e a abundância dessas comunidades se alteram de acordo com a variação dos parâmetros físico e químicos nesses igarapés. O estudo foi realizado em 16 igarapés da Floresta Nacional de Carajás, com coletas da comunidade de peixes, mensuração de variáveis físico e químico da água e de morfologia do canal. Para sintetizar as variáveis ambientais usamos uma Análise de Componentes Principais. Relacionamos as variáveis ambientais usando uma forward selection de regressão com distribuição de Poisson com a riqueza de espécies e abundância de indivíduos. Os resultados mostram que as variáveis ambientais influenciaram na riqueza e abundância da comunidade de peixes, pois estão relacionadas à disponibilidade de habitat, de alimentos, no ciclo de vida, nas relações tróficas e nas condições da água. Esses achados ressaltam a importância da qualidade da água, particularmente a turbidez, que foi a que mais influenciou o estado das comunidades aquáticas, fornecendo informações valiosas para futuras estratégias de conservação e monitoramento.

Downloads

Download data is not yet available.

References

[1] Rezende CF. Estrutura da comunidade de macroinvertebrados associados ao folhiço submerso de remanso e correnteza em igarapés da Amazônia Central. Biota Neotrop 2007;7:301–5. https://doi.org/10.1590/S1676-06032007000200034.

[2] Moritz C, Patton JL, Schneider CJ, Smith TB. Diversification of Rainforest Faunas: An Integrated Molecular Approach. Annu Rev Ecol Syst 2000;31:533–63. https://doi.org/10.1146/annurev.ecolsys.31.1.533.

[3] Barbosa HDO, De Souza MF, Ondei LDS, Teresa FB. CONHECIMENTO ECOLÓGICO LOCAL E PERCEPÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POR MORADORES DA ZONA RURAL SOBRE RIACHOS E PEIXES DA BACIA DO ALTO RIO TOCANTINS, GOIÁS, BRASIL. Ethnoscientia 2017;2. https://doi.org/10.22276/ethnoscientia.v2i1.63.

[4] ICMBio. Plano de Manejo da Floresta Nacional de Carajás. Instituto Chico Mendes de Conservação Da Biodiversidade 2016.

[5] Medeiros R, Young CE. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia nacional: relatório final. 2011.

[6] Gabriel FÂ, Hauser-Davis RA, Soares L, Mazzuco ACA, Rocha RCC, Saint Pierre TD, et al. Contamination and oxidative stress biomarkers in estuarine fish following a mine tailing disaster. PeerJ 2020;8:e10266. https://doi.org/10.7717/peerj.10266.

[7] Freitas P V., Montag LFA, Ilha P, Torres NR, Maia C, Deegan L, et al. Local effects of deforestation on stream fish assemblages in the amazon-savannah transitional area. Neotropical Ichthyology 2021;19. https://doi.org/10.1590/1982-0224-2021-0098.

[8] Fitriyyah I, Firdaus MY, Kusumorini A, Taufiq R, Akbar M, Biologi S, et al. Diversity of Fish Species as Bioindicators of Water Quality in The Cikapundung River, Bandung City 2024. https://doi.org/10.29303/jbt.v24i3.7009.

[9] Freitas CEC, Siqueira-Souza FK. O uso de peixes como bioindicador ambiental em áreas de várzea da bacia amazônica. Revista Agrogeoambiental 2009;1. https://doi.org/10.18406/2316-1817v1n2200975.

[10] Araújo FG. Adaptação do índice de integridade biótica usando a comunidade de peixes para o rio Paraíba do Sul. Rev Bras Biol 1998;58:547–58. https://doi.org/10.1590/S0034-71081998000400002.

[11] Chovanec A, Hofer R, Schiemer F. Chapter 18 Fish as bioindicators, 2003, p. 639–76. https://doi.org/10.1016/S0927-5215(03)80148-0.

[12] Angermeier PL. Fish Conservation: A Guide to Understanding and Restoring Global Aquatic Biodiversity and Fishery Resources. J North Am Benthol Soc 2008;27:802–4. https://doi.org/10.1899/0887-3593(2008)27[802:br]2.0.co;2.

[13] Casatti L. Alterações no Código Florestal Brasileiro: impactos potenciais sobre a ictiofauna. Biota Neotrop 2010;10:31–4. https://doi.org/10.1590/S1676-06032010000400002.

[14] Dias RR, Paradella WR. Integração de dados aéreos gamaespectrométricos com imagens TM-Landsat no mapeamento geológico da área do Pojuca, província mineral de Carajás. Revista Brasileira de Geofísica 1997;15:23–34. https://doi.org/10.1590/S0102-261X1997000100003.

[15] Rolim SG, Couto HTZ do, Jesus RM de, França JT. Modelos volumétricos para a Floresta Nacional do Tapirapé-Aquirí, Serra dos Carajás (PA). Acta Amazon 2006;36:107–14. https://doi.org/10.1590/S0044-59672006000100013.

[16] Queiroz L, Torrente-Vilara G, Ohara W, Pires T, Zuanon J, Doria C. Peixes do Rio Madeira. 2013.

[17] Sleen P, Albert JS. Field Guide Amazon Orinoco & Guianas. 2017.

[18] Peck D V, Herlihy AT, Colina BH, Hughes RM, Kaufmann PR, Klemm D, et al. Environmental monitoring and assessment program-surface waters western pilot study: Field operations manual for wadeable streams. EPA/620/R-06/003. Washington, D.C: U. S Environmental Protection Agency. Office of Research and Development ; 2006.

[19] Junqueira NT, Macedo DR, Souza RCR de, Hughes RM, Callisto M, Pompeu PS. Influence of environmental variables on stream fish fauna at multiple spatial scales. Neotropical Ichthyology 2016;14. https://doi.org/10.1590/1982-0224-20150116.

[20] Osmundson DB, Ryel RJ, Lamarra VL, Pitlick J. Flow-Sediment-Biota Relations: Implications for River Regulation Effects on Native Fish Abundance. Ecological Applications 2002;12:1719. https://doi.org/10.2307/3099934.

[21] Fernandes IM, Sacoman K de J, Farias-Neto JP de, Silva HP da, Vendruscolo J, Lourenço L da S. Effect of environmental and spatial factors on small-sized fish assemblages in a tropical river. Acta Amazon 2021;51:129–38. https://doi.org/10.1590/1809-4392202002303.

[22] Lunt J, Smee DL. Turbidity alters estuarine biodiversity and species composition. ICES Journal of Marine Science 2020;77:379–87. https://doi.org/10.1093/icesjms/fsz214.

[23] Stuart-Smith RD, Stuart-Smith JF, White RWG, Barmuta LA. The effects of turbidity and complex habitats on the feeding of a galaxiid fish are clear and simple. Mar Freshw Res 2007;58:429. https://doi.org/10.1071/MF06240.

[24] Odum EP, Finn JT, Franz EH. Perturbation Theory and the Subsidy-Stress Gradient. Bioscience 1979;29:349–52. https://doi.org/10.2307/1307690.

[25] Bogotá-Gregory JD, Lima FCT, Correa SB, Silva-Oliveira C, Jenkins DG, Ribeiro FR, et al. Biogeochemical water type influences community composition, species richness, and biomass in megadiverse Amazonian fish assemblages. Sci Rep 2020;10:15349. https://doi.org/10.1038/s41598-020-72349-0.

[26] Brejão GL, Hoeinghaus DJ, Pérez‐Mayorga MA, Ferraz SFB, Casatti L. Threshold responses of Amazonian stream fishes to timing and extent of deforestation. Conservation Biology 2018;32:860–71. https://doi.org/10.1111/cobi.13061.

[27] Pott CM, Dala-Corte RB, Becker FG. Body size responses to land use in stream fish: the importance of different metrics and functional groups. Neotropical Ichthyology 2021;19. https://doi.org/10.1590/1982-0224-2021-0004.

[28] Connell JH. Diversity in Tropical Rain Forests and Coral Reefs. Science (1979) 1978;199:1302–10. https://doi.org/10.1126/science.199.4335.1302.

[29] Mueller JS, Grabowski TB, Brewer SK, Worthington TA. Effects of Temperature, Total Dissolved Solids, and Total Suspended Solids on Survival and Development Rate of Larval Arkansas River Shiner. J Fish Wildl Manag 2017;8:79–88. https://doi.org/10.3996/112015-JFWM-111.

[30] Ortega JCG, Figueiredo BRS, da Graça WJ, Agostinho AA, Bini LM. Negative effect of turbidity on prey capture for both visual and non‐visual aquatic predators. Journal of Animal Ecology 2020;89:2427–39. https://doi.org/10.1111/1365-2656.13329.

[31] Ferreira C de P, Casatti L. Influência da estrutura do hábitat sobre a ictiofauna de um riacho em uma micro-bacia de pastagem, São Paulo, Brasil. Rev Bras Zool 2006;23:642–51. https://doi.org/10.1590/S0101-81752006000300006.

Published

2025-02-17

Issue

Section

Gestão do Conhecimento e Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás