Áreas e sítios importantes para a conservação de morcegos – AICOMs e SICOMs como estratégias para a conservação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37002/biodiversidadebrasileira.v14i4.2454

Palavras-chave:

Chiroptera , preservação, Programa de Conservação de Morcegos no Brasil

Resumo

Áreas e sítios para a conservação de morcegos (AICOMs e SICOMs), certificadas pela Red Latinoamericana y del Caribe para la Conservación de los Murciélagos (RELCOM), constituem importante estratégia para a proteção de quirópteros e da fauna em geral, pois sua identificação baseia-se em um conjunto robusto de critérios faunísticos (diversidade taxonômica) e ecológicos (distribuição, endemismo, raridade, vulnerabilidade, dependência de certos tipos de abrigo, importância para o funcionamento dos ecossistemas e graus de ameaça), que podem ser igualmente aplicados a vários outros táxons. Porém, sua eficácia como estratégia de conservação depende do reconhecimento por parte das autoridades ambientais responsáveis pela elaboração e aplicação da legislação ambiental, incluindo a criação de unidades de conservação. Apresentamos aqui as seis AICOMs e as quatro SICOMs brasileiras propostas pelo Programa de Conservação de Morcegos no Brasil (PCMBrasil) e certificadas pela RELCOM até o presente. Essas áreas e sítios localizam-se em diferentes biomas brasileiros, principalmente Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica, e estão sujeitas a diversos impactos, com destaque para a perda de habitat, perturbação ou destruição de abrigos, expansão de áreas urbanas e conflitos morcegos-humanos. Parte das AICOMs está localizada em unidades de conservação, como Parques Nacionais (PARNAs), áreas de proteção ambiental (APAs) e reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs); enquanto as SICOMs incluem cavernas e pontes sob as quais colônias particularmente numerosas se abrigam. Concluindo, propomos que os órgãos ambientais brasileiros reconheçam a importância de estratégias como a implementação de AICOMs e SICOMs para a conservação de ecossistemas inteiros, promovendo e apoiando estudos que forneçam dados científicos para a identificação dessas áreas e utilizando-os como base para a criação de áreas protegidas.

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Publicado

2025-02-05

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